terça-feira, 3 de novembro de 2020

Os melhores projetos literários do Catarse (Novembro 2020)

Continuando com nosso artigo mensal de divulgar os projetos literários mais promissores em financiamento no Catarse.

Esse mês eu trago a vocês algumas opções bastante diferenciadas que vai de uma fantasia urbana com Sherlock Holmes até os terrores de Belém, da jornada de autodescoberta de uma jovem escritora até um romance no Nordeste do século XVIII. Estamos regados de ótimas opções de literatura nacional.


1 - As Máscaras de Holmes, de Alec Silva



Imagine uma história em que o famoso detetive Sherlock Holmes está investigando um crime cometido por um dos homens sem rosto das crônicas de gelo e fogo, adicione a isso um submundo repleto de lobisomens, vampiros e sociedades secretas. Talvez agora você consiga imaginar do que se trata essa obra de Alec Silva.


Em um mundo unido a outro através de uma fenda conhecida como Oceano Abissal, Holmes e seu fiel amigo Charles Watson investigam as ações de um criminoso peculiar: o Ladrão de Faces Alheias, que se apossa dos rostos de suas vítimas para executar algum plano perverso.

Em um jogo de aparências e pistas falsas, a dupla se envolverá em uma trama que poderá desencadear uma guerra civil entre vampiros e lobisomens, além de trazer à tona os segredos mais obscuros guardados por uma estimada sociedade de alquimistas. Mas, conforme avançam no caso, descobrem que nem tudo pode ser como acreditavam.

 

"As Máscaras de Holmes" é uma releitura do personagem clássico Sherlock Holmes, criado por Sir. Arthur Conan Doyle, inserida em uma história de fantasia urbana, em uma realidade alternativa.

Alec Silva é um escritor baiano independente que publica contos, poesias, novelas, romances e ensaios sobre mitologia e simbologia na cultura pop na Amazon. Alec também é co-fundador do projeto Primórdios do Fantástico Brasileiro, que resgata os primeiros trabalhos de literatura fantástica no Brasil, além de divulgar autores menos conhecidos.

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2 - Adágios para Käthe Kollwitz


Quando encontrei esse projeto me surgiram duas grandes questões na cabeça, quem é Käthe Kollwitz? O que significa Adágio? (Sim, eu não sabia o que significava) Então eu fui pesquisar:

Käthe Kollwitz foi uma importante desenhista, pintora, gravurista e escultora alemã, cuja obra reflete uma eloquente visão das condições humanas na primeira metade do século XX. Com traços de Naturalismo e Expressionismo, Kollwitz traz a classe operária, fome, guerra e pobreza como temas recorrentes em seu trabalho.

Adágio é um andamento musical lento e muito usado nas cenas onde a dramaticidade se faz necessária, onde a valorização dos detalhes e das sensações mais básicas se espalham. Imagine se uma imagem falasse mais do que mil palavras, mas falasse apenas o fundamental para emocionar e levar você ao desassossego. 


Resumindo, Adágios para Käthe Kollwitz me vem a mente como uma obra que remete a melancolia, um livro vem para doer e ficar retido na memória por muito tempo.


São dez histórias e dez ilustrações. As ilustrações abrem cada conto, servem como base para o enredo e trazem um mergulho profundo nas sensações. Cada conto veio ao mundo a partir da inspiração nascida em observar os detalhes da ilustração escolhida, porém, não apenas isso; os contos brotaram da dor. Sem um gênero definitivo, cada autor escolheu o próprio caminho, ora mergulhando no gótico, ora usando aqui e acolá do Horror e do Terror, ora descrevendo a realidade cotidiana, ora apenas deixando fluir a loucura. São histórias fortes, para estômagos fortes, capazes de revirar o interior dos leitores.

 

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3 - Belém das Sombras


Belém das sombras é uma série antológica ficcional onde, através de contos de terror e horror, retrata simbolicamente os medos e angústias do belenense, um ser urbano, em uma cidade que engoliu a floresta, mas que continua cercado por ela. E neste conflito perene ecológico, de costumes entre o antrópico e o natural, tentamos sobreviver em uma das realidades mais violentas do mundo.

Todos os contos foram escritos por autores locais, em todas as vozes e representatividades possíveis. Criadores talentosos do teatro, do audiovisual, da literatura tradicional e periférica, palavras de luta e de gênero, todos se unem em uma só voz: a da literatura brasileira escrita por paraenses.


Belém das sombras não é o sol do meio-dia, aquele que nos queima em nossas correrias enlouquecidas da rotina. Belém das sombras é o sol do fim da tarde, que já projeta o escuro e, nele, criaturas ansiosas para sair e nos atormentar.

Tudo que você ouviu sobre Belém é verdade. E o que não ouviu também. A Belém das sombras te espera; esqueça tudo que você acha que sabe sobre nossa cidade e permita-se o desafio de encontrar as verdades ocultas desta antiga e assustadora metrópole sobrenatural.


Cada conto encerra uma narrativa, sempre conectada a uma origem comum, onde seres sobrenaturais influenciam comportamentos e direcionam situações extremas. Em cada história há um espelho que reflete o leitor e a nossa realidade.

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4 - O Lago Negro, de Juliana Daglio



O Lago Negro não é realmente uma novidade, a história criada pela autora nacional Juliana Daglio já havia sido publicada em 2015 e foi um enorme sucesso na época, rendendo duas continuações. Agora a autora pretende relançar toda a série, com as obras agora impressas numa linda versão de colecionador. Embora seja um livro já publicado anteriormente, você pode estar lendo isso sem fazer ideia do que se trata, então vamos à sinopse.


Lagoana é uma cidade nebulosa, úmida, cujo clima obscuro não despertará somente a criatividade da escritora Verônica, mas também seus fantasmas mais profundos. Quando ela conhece o estrangeiro Liam, não desconfia que ele mantém segredos que podem ser a chave para os mistérios que a rondaram durante toda sua vida. Assim, o lago negro de sua imaginação será, definitivamente, o estopim para toda sua loucura emergir. O que será que ele esconde no fundo de suas águas escuras?


Nessa nova versão de O Lago Negro a narrativa está diferente. Juliana reescreveu o livro seguindo algumas críticas construtivas, principalmente ressaltando alguns furos na história, termos em inglês que estavam errados, e outros probleminhas de enredo. Os diálogos estão mais afiados, algumas cenas mais apimentadas e a revisão foi toda refeita. Quem já conhece a história vai mergulhar de novo no lago e ter uma nova experiência. Quem ainda não conhece, vai poder encontrar um texto mais maduro e coeso. Ele passou por toda a preparação da Increasy, e com certeza está em sua melhor versão.

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5 - Uma das Coisas, de Débora Gil Pantaleão


Débora Gil Pantaleão é escritora, professora, editora na Escaleras e doutoranda em Letras pela Universidade Federal da Paraíba. Suas obras mais conhecidas são: Se eu tivesse alma (2015), Vão remédio para tanta mágoa (2017), sozinha no cais deserto (2018) e objeto ar (2018); 2 novelas, Causa morte (2017) e repito coisas que não lembro (2019); e 1 livro de contos, Nem uma vez uma voz humana (2017); entretanto é em Uma das Coisas que ela faz sua estreia como romancista.


Betina é uma menina de 13 anos que recebe de sua professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira a missão de realizar o seguinte trabalho escolar: escrever um romance. Transitando por espaços no estado da Paraíba, especialmente nas cidades de João Pessoa, Ibiara e Baía da Traição, a narrativa, ao perpassar o processo de escrita da protagonista, que decide escrever sobre a sua avó, vai desvelando seus questionamentos em torno de política, veganismo, racismo, gênero, classe, bem como sobre a história das mulheres da família e suas ancestralidades.

  

Débora Gil Pantaleão é uma autora que transmite brilho através de sua prosa e que possui quatro pontos cardeais aos quais se pode destacar: vegana, preta, feminista e anticapitalista. Todas essas características estão constantemente presentes em suas obras, o que imprime nelas uma marca pessoal da autora, e que vai além das qualidades que a tornam uma ótima escritora.

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6 - Salomé, de Iaranda Barbosa

Cite quatro mulheres (escritoras, músicas ou poetas) que evocam o Recife em suas obras. Se mudássemos o gênero para o masculino, a velocidade da resposta seria infinitamente maior e a lista seria imensa. Prova disso é o circuito da poesia, que faz parte do roteiro cultural da cidade. Ele possui 16 estátuas e apenas duas são em homenagem a mulheres (Clarice Lispector e Celina de Holanda Cavalcanti). E quando falamos de escritoras e poetas negras a representatividade é nula entre esses monumentos. Mas se rios, manguezais, mocambos, pontes e sobrados são cenários que também nos inspiram, por que as mulheres estão invisibilizadas?

Uma das respostas é que devemos compreender que as barreiras existem, mas que precisamos atravessá-las provocando brechas, pois como diz a escritora Conceição Evaristo:

“O que nós conquistamos não foi porque a sociedade abriu a porta, mas porque forçamos a passagem”.

Iaranda Barbosa é escritora, crítica literária, professora Português/Espanhol, mestre e doutora (Teoria Literária-UFPE). Iaranda já possui textos publicados em inúmeras revistas e antologias, Salomé é sua primeira narrativa longa.


Salomé é uma novela histórica cujo pano de fundo é a sociedade recifense de 1850, na qual Felipe Alencar Paes, escravocrata e conservador, é um poeta fracassado que busca a todo custo encontrar a principal inspiração para os seus versos: a mulher amada, ou melhor, a morte da mulher amada. Ele se depara com Leila Marinho Nunes Gomes de Sá. Ela é filha de um senhor de engenho e acaba de chegar da França com pensamentos revolucionários, entre eles, a abolição. O que esse encontro representará para ambos?

Literatura e história movimentam a trama dessa obra híbrida onde personagens reais e fictícios vivenciam um período de grande efervescência social, constituído por afrancesamentos da urbe, ideais de progresso, escravidão, insurgências e reformas estruturais e administrativas. Tais características fomentam o trânsito entre o Recife oitocentista e o Recife contemporâneo, que se confundem, quando lançamos o olhar para os problemas crônicos da cidade.


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7 - Saga de Datahriun, de Graciele Ruiz 



Para finalizar temos um projeto que, na verdade, é uma dobradinha, mas pode ser uma trilogia. A Saga Datahriun fala sobre um universo fantástico em risco. São sois livros de tirar o fôlego de qualquer leitor.

Centenas de anos atrás, um poder desconhecido foi encontrado nas montanhas de Taon, dentro de uma caixa de ouro reluzente, de brilho indescritível. Inscrições em uma língua desconhecida circundavam a tampa, simples e enigmática. Cinco chaves foram encontradas três dias depois, não muito longe do lugar onde o objeto estava. As pessoas que as encontraram decidiram abri-la e nunca mais se ouviu falar delas.

Eu poderia explanar muito mais sobre essas duas as obras, mas será melhor ouvir da boca da própria autora:




O Senhor da Luz

ATÉ ONDE SUAS ASAS PODEM LEVÁ-LA PARA ALCANÇAR A LUZ?

Lícia está sozinha desde que o avô morreu, deixando uma chave e um pedido. Ela precisa reunir as cinco chaves capazes de abrir uma caixa muito poderosa e trazer de volta o equilíbrio para Datahriun. Somente com as chaves e seus guardiões unidos ela poderá atender o último desejo de seu avô, fazendo o que ninguém havia feito antes.

Só que não será fácil atravessar um mundo repleto de criaturas poderosas, com potencial infinito para o bem e para o mal. Forças maiores do que ela pode imaginar estão interessadas em Lícia, algumas para ajudá-la. Outras, só querem destruí-la.

Batalhas terríveis, amores impossíveis e grandes amizades estão no caminho de Lícia em sua jornada de sonhos e perseverança. O destino de um mundo inteiro está em suas mãos. Tudo depende de seu sucesso em uma saga insana pela recuperação de Datahriun.

Um lugar onde a magia é somente o começo!

A Arqueira do Vento

PARA SALVAR SEU MUNDO, VOCÊ ULTRAPASSARIA TODOS OS LIMITES?

A jornada de Lícia por Datahriun continua e ela não está mais sozinha. Ainda bem, pois a Feiticeira de Trayena continuará manipulando e usando os seres de Datahriun para atrapalhar a jovem e seus companheiros. E está cada vez mais perto de conseguir.

Quando finalmente chegam ao clã da água em busca de um guardião, descobrem que não será uma tarefa simples e até os deuses serão invocados para auxiliá-los. Os desafios serão cada vez maiores e um segredo que pode mudar tudo será revelado.

Poderes fantásticos, lutas cruéis e romances inesperados surgem na continuação dessa jornada intensa para a recuperação de um mundo. Novos inimigos e aliados surgem para tornar tudo mais intenso.

O sonho ainda resiste, lute por Datahriun!


A autora Graciele Ruiz nasceu em Campinas (SP). Apaixonada por livros e bibliotecas, sempre foi uma sonhadora criadora de mundos utópicos. Como autora, escreveu, além da Saga Datahriun , o romance Antes de Outubro. Organizou as coletâneas Sereias: Encantos e Perigos e Unicórnio: a Outra Dimensão, com a participação de outros autores. Formada em Ciências Econômicas e pós-graduada em Gestão, Empreendedorismo e Marketing , sua atual aventura é viver no Canadá.

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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Conto - A Chuva Dourada, por Adriano Besen

 


A CHUVA DOURADA

Adriano Besen

 

Dizem que no passado era comum se ouvir falar da Chuva Dourada. A lenda de um tesouro que repentinamente surgia na vida de algumas pessoas, oferecido como um presente vindo do além. Volta e meia se ouvia histórias e relatos de pessoas que enriqueceram após ter a sorte grande de presenciar esse fenômeno espetacular. Meu tio e meu avô viram de perto a mágica deslumbrante da Chuva Dourada.

Antes de contar a história do meu tio e do meu avô, eu preciso esclarecer o que é esse fabuloso fenômeno; um acontecimento sobrenatural oriundo de outro mundo. Os antigos contavam que a Chuva Dourada era uma chuva abundante de moedas de ouro que caíam do alto; como se estivessem vindo do “céu”. Era um espetáculo lindo de se ver. Isso mesmo. Do nada, pessoas afortunadas se deparavam com uma torrente de luminosas moedas de ouro, que caíam do alto.

A Chuva Dourada poderia acontecer em qualquer lugar; na rua, dentro de casa, etc. De acordo com os que conheciam bem a lenda, assim que as moedas surgiam e iam caindo, elas se acumulavam no chão. Para garantir o mágico bônus, era preciso que o abençoado sortudo colocasse as mãos sobre o ouro e fizesse uma oração em agradecimento. Caso contrário, o valioso tesouro desaparecia como em um passe de mágica; da mesma maneira como tinha aparecido, poderia sumir.

Meu avô contava que certo dia, estava sozinho em casa com o filho (meu tio), que naquela época era só uma criança. Não tinha energia elétrica na casa e meu avô havia preparado o banho do meu tio, em uma grande bacia de alumínio, com água quentinha e a luz de velas. O banho de bacia costumava ser em um pequeno quarto da casa, e não no banheiro. Hoje, meu tio conta que lembra bem daquela noite, conta que estava tomando o seu banho quando de repente, ele levou um susto que o fez gritar pelo pai.

O quartinho se iluminou com intensa luz e aparentemente do teto, começou a despencar milhares de moedas de ouro que caíam e se amontoavam no chão. Aquilo mais parecia uma cachoeira dourada; cintilante. Quando ouviu o grito do filho, meu avô imediatamente correu até o quartinho do banho e ao chegar à porta, não podia acreditar no que os seus olhos viam; ficou paralisado, observando hipnotizado.

Segundo o relato do meu tio, o meu avô ficou assistindo aquela incrível cascata de ouro que caía barulhenta e formava uma pilha de moedas de ouro no chão. Meu tio, ainda pequeno, também assistia em choque o que estava acontecendo; assim como o meu avô, que via aquela cena sem entender nada. Olhos arregalados, espelhando o brilho da riqueza. Porém, o meu avô deveria ter corrido em direção ao ouro, se ajoelhado no chão, colocado as suas mãos sobre o tesouro, como quem se apossa de um desejado presente e ter feito uma oração em sinal de gratidão.

Mas o meu avô não fez isso. Julgo que ele não se lembrou da lenda, ou não a conhecia naquela época. Ao invés disso, ficou na porta do quartinho; extremamente assustado com aquela oferta espectral que se manifestava diante dele e do meu tio. Não dá para culpá-lo. Quem não ficaria paralisado de medo ao ver uma coisa dessas? Qualquer um ficaria no mínimo confuso. É bem provável que inconscientemente, os dois foram imobilizados pela dúvida; pois naquele momento, eles não souberam definir se aquele fenômeno era uma coisa do Bem ou do Mal.

A Chuva Dourada durou alguns segundos, uma enorme quantia em moedas de ouro se acumulou no chão e como um passe de mágica, desapareceu diante deles. O quarto voltou a ficar como estava antes, iluminado apenas pela luz das velas. Meu tio e meu avô se olharam, boquiabertos. Naquele momento, meu avô se deu conta de que poderia e deveria ter feito alguma coisa para garantir o recebimento do presente que lhe fora ofertado, e como não fez nada, havia perdido uma fortuna. Ele nunca se perdoou por aquela especial oportunidade perdida.

 FIM


Adriano Besen é natural de Florianópolis - SC

Autor do livro infantil: A história de uma galinha

Foi colunista do jornal O Tropeiro

Publicado em Antologias, revistas, jornais, blogs e sites.

Escritor e Músico.

Pesquisador e Aventureiro.

Contador de histórias.

Apaixonado por livros.

 



Contatos do Autor

E-mail: cp.adventure@bol.com.br

Instagram: @adrianobesen

 

 






terça-feira, 27 de outubro de 2020

Sobre Fantasias Urbanas e Cidades Infinitas

A editora Cyberus está com edital aberto para uma antologia de fantasia urbana, intitulado Cidades Infinitas. Falarei mais sobre isso ao final dessa postagem, vamos a parte principal.

A fantasia urbana é talvez uma das fantasias de subgênero mais emocionantes do momento. De lobisomens em Manhattan a gnomos em jardins suburbanos, é uma parte importante do movimento que está redefinindo a “fantasia” no século 21. 

Mas o que é exatamente fantasia urbana? 

Neil Gaiman, um dos maiores expoentes do gênero

Franquias como O Senhor dos Anéis, Game of Thrones e The Witcher muitas vezes nos levam a pensar na fantasia como um gênero pastoral: uma paisagem medieval cheia de cavaleiros cavalgando em missões, bosques encantados e castelos isolados.

No entanto, há outro cenário para criaturas mágicas, sobrenaturais e de sabedoria antiga: a cidade moderna. A fantasia urbana ocupa um lugar entre a fantasia épica e a ficção científica. Por um lado, apresenta seres aparentemente eternos e sobrenaturais; por outro lado, ocorre em ambientes construídos pelo homem.

A fantasia urbana descreve um subgênero de fantasia em que o mundo real colide com o mundo sobrenatural ou mágico. Parece simples, certo? Pense de novo! Fantasia e seus subgêneros são notoriamente elásticos, tornando a definição de “fantasia urbana” decididamente aberta. No passado, o termo foi usado para descrever uma história de fantasia que se passa em:

uma cidade em um mundo alternativo,

uma cidade no mundo moderno, ou

o mundo moderno.

Hoje em dia, esse entendimento está mais difundido: para ser uma fantasia urbana, a história precisa simplesmente ser uma fantasia com elementos sobrenaturais que se ambientam em nosso mundo e nos tempos modernos . Segundo essa definição, o “urbano” em “fantasia urbana” é uma espécie de pista falsa. Enquanto houver elementos sobrenaturais, a história pode se passar em uma moderna cidade de Nova York ou em São Paulo, e ainda contará.

As histórias de fantasia urbana geralmente também têm elementos fortes, como ação intensa, uma sensação de noir e um enredo procedural. É por isso que a saga literária de Sookie Stackhouse (Você já deve ter visto a série True Blood, se não viu então veja, é ótima), que na verdade se passa em uma pequena cidade rural, rotulada como uma “fantasia urbana” - enquanto Harry Potter, por exemplo, não.

Como isso difere do romance paranormal?

Ilustração: Chris McGrath

A fantasia paranormal e a fantasia urbana são duas penas do mesmo pássaro, o que explica por que se confundem com tanta frequência! Ambos são ficção especulativa com elementos sobrenaturais num cenário do mundo real. Ambos também apresentam uma trama romântica ou subtrama de alguma forma.

No entanto, o romance é a trama principal e o conflito primário no romance paranormal, embora seja geralmente uma subtrama na fantasia urbana. Mais do que isso, as fantasias urbanas são conhecidas por terem violência brutal e um tom que pode ficar tão sombrio que pode até tocar o gênero de terror.


As 7 principais características da fantasia urbana

Se você está ainda se perguntando "o que é fantasia urbana?" pense desta forma: Imagine um livro que combina a densa construção de mundo da fantasia e da ficção científica com a realidade fundamentada dos romances contemporâneos ambientados na cidade de Londres, Chicago ou outros locais urbanos icônicos. Esse é o gênero de fantasia urbana. Aqui estão alguns elementos-chave de romances, contos e filmes de fantasia urbana:

1. Elementos Fantásticos: os enredos de fantasia urbana combinam a coragem da vida real no mundo moderno com a fantástica construção de mundos. 

2. Cenário Urbano: embora existam fantasias urbanas de pequenas cidades, a maioria ocorre nas grandes cidades atuais.

3. Magia: elementos sobrenaturais, tecnologias de ficção científica, contos de fadas e mitologias populares são encontrados em romances de fantasia urbana.

4. Estética Noir: as fantasias urbanas normalmente elevam as convenções de gênero dos procedimentos policiais noir.

5. Criaturas míticas: fantasias urbanas são povoadas por criaturas sobrenaturais, incluindo (mas não se limitando a) zumbis mortos-vivos, vampiros, lobisomens, druidas, demônios, metamorfos e talvez um mago ou feiticeiro.

6. Protagonista com um pé em ambos os mundos: o personagem principal de uma fantasia urbana é normalmente hábil para os modos da vida real de seu ambiente urbano, mas também pode exercer ou explorar poderes mágicos.

7. Um jovem protagonista: Personagens relativamente jovens que praticam magia ou bruxaria são comuns em séries de fantasia urbana.





As principais obras de Fantasia Urbana


Os Arquivos de Dresden - Jim Butcher

The Dresden Files
é uma saga de romances escritos pelo autor americano Jim Butcher. Os livros são escritos como uma narrativa em primeira pessoa da perspectiva do personagem principal, o investigador particular e bruxo Harry Dresden , enquanto ele narra investigações sobre distúrbios sobrenaturais na Chicago dos dias modernos. O título original proposto por Butcher para o primeiro romance era Semiautomagic , que resume o equilíbrio da série entre fantasia e uma fervorosa ficção policial. 

Até 2020, Butcher escreveu 17 romances ambientados no universo dos Arquivos de Dresden , além de uma série de. Outras obras ambientadas no mesmo universo ficcional incluem histórias em quadrinhos e The Dresden Files Roleplaying Game . Em 2007, uma série de televisão baseada nos romances, produzida por Nicolas Cage, foi ao ar por uma temporada no American Sci-Fi Channel.

No mundo dos Arquivos de Dresden , magia - bem como vampiros, demônios, espíritos, fadas, lobisomens e outros monstros - é real e, embora o sobrenatural ainda esteja amplamente desacreditado, é praticado por alguns membros da sociedade. Além disso, grandes porções do globo (como grande parte da América Central e do Sul) são mencionadas como estando sob o controle de facções sobrenaturais. O Conselho Branco é uma organização de feiticeiros humanos, conhecidos por exercer um poder econômico significativo no mundo, junto com seu poder sobrenatural. Cada espécie da série (humanos, fadas, vampiros, etc.) tem suas próprias regras e organizações políticas e sociais. Os bruxos humanos dependem do Conselho Branco, enquanto as fadas podem pertencer a qualquer uma das duas Cortes Faerie , ou a nenhuma. Os vampiros podem pertencer a qualquer uma dos quatro clãns de vampiros e assim por diante, seguindo parâmetros semelhantes aos do RPG da White Wolf.

Harry Dresden trabalha como o único "mago consultor" do mundo, aceitando casos sobrenaturais de clientes humanos e não humanos, bem como da unidade de Investigação Especial do Departamento de Polícia de Chicago . Conforme a série avança, Dresden assume um papel cada vez mais importante no mundo sobrenatural em geral, enquanto trabalha para proteger o público em geral, tornando difícil para ele sobreviver como um feiticeiro e investigador particular. Ele se encontra enfrentando uma variedade cada vez maior de criaturas (incluindo outros magos), enquanto enfrenta a percepção de que seus vários casos podem estar todos interligados nos bastidores e que seu papel pode ser ainda maior do que ele está disposto a admitir.


Os Instrumentos Mortais - Cassandra Clare

The Mortal Instruments
é uma série literária de fantasia urbana escrita por Cassandra Clare. A autura fez um trabalho tão bom na construção do Mundo das Sombras, especialmente no que diz respeito à história dos caçadores de sombras, legados familiares, os notáveis habitantes do submundo (vampiros, lobisomens e bruxos), imortais que afetaram direta ou indiretamente eventos atuais. Existe ali uma ideia de que, por mais diferentes que sejamos, somos todos iguais e precisamos uns dos outros para que o bem triunfe sobre o mal. 

A jornada de Clary Fray e Jace Wayland os levam literalmente em um tour pelo inferno, buscando triunfar sobre o mal e descobrindo muitas coisas sobre si mesmos ao longo do caminho. Afinal, ninguém nasce bom ou mau . Tudo se resume à escolha. Você vê muito isso em séries de fantasia e há uma razão para isso. Eu acredito que as coisas que acontecem com você não moldam quem você é, são as escolhas e decisões que você faz que fazem de você quem você é.

Um mundo onde runas tatuadas que servem como fonte de poder, um mundano comum é sugado para o mundo das sombras apenas porque está apaixonado por sua melhor amiga. Tramas, reviravoltas e histórias secretas. Os Irmãos do Silêncio. O conceito parabatai, um par de guerreiros Nephilim que lutam juntos como parceiros ao longo da vida, suas almas unidas por juramento e por seu sangue angelical, um vínculo tão forte quanto o casamento e se seu parabatai morrer, uma parte de você também morre. 

Ignore as adaptações e mergulhe nos livros, são um primor. 


Deuses Americanos - Neil Gaiman

O parágrafo inicial de Deuses Americanos é um dos melhores que já li. 
Shadow havia passado três anos na cadeia. Era um homem grande e tinha uma cara que dizia não-se-meta-comigo, então o seu maior problema foi encontrar uma maneira de passar o tempo. Ele se manteve em forma, aprendeu sozinho a fazer truques com moedas e pensou muito sobre o quanto amava sua esposa.

O que adoro nisso é o seu mau direcionamento. Até as últimas palavras você tem uma impressão bastante estereotipada de Shadow: um homem perigoso e sem coração. E então, com os delicados detalhes sobre sua esposa, essa imagem é alterada. Logo descobrimos que sua esposa o chama de “filhote de cachorro” e que a primeira coisa que Shadow quer fazer quando sai da prisão é tomar banho - “[um] banho de imersão real, longo e sério, em uma banheira com bolhas.” Esses trechos são emblemáticos pois se distinguem de todo o resto do romance, desde seus personagens e enredo até seus temas. Atado com magia e engano, Deuses Americanos prospera com desorientação em todos os níveis.

Continuamos a história enquanto Shadow é libertado da prisão. Infelizmente, o banho de espuma terá que esperar. Shadow descobre que sua esposa e seu melhor amigo morreram em um acidente de carro - não estou contando nada que não esteja na contracapa, aliás - e o plano para o resto de sua vida vira fumaça. No voo de Shadow para casa, um personagem que personifica a sombra por acaso está sentado ao lado de Shadow. Ele se autodenomina Sr. Wednesday. Ele usa um Rolex preto e um de seus olhos é “um cinza mais escuro que o outro”. Ele também sabe muito sobre Shadow, como seu nome, e o que aconteceu com sua esposa, Laura, e que Shadow estava contando com o emprego de seu melhor amigo, que também morreu no acidente de carro. Wednesday precisa de um guarda-costas e, sorrindo “como uma raposa comendo merda de uma cerca de arame farpado”, ele oferece a Shadow a vaga. Shadow relutantemente concorda, mas logo se vê envolvido em uma guerra que ninguém previu - uma guerra entre os deuses antigos e os novos.

O elenco de "deuses antigos" de Gaiman inclui deuses de todo o mundo. Há Odin junto com vários outros da mitologia nórdica. Há também Anansi do folclore africano e Bilquis, a Rainha de Sabá da Bíblia e muitos, muitos mais. Gaiman lida com todos eles de maneira brilhante, mas o que é realmente genial é como ele lhes dá uma história por trás. A epígrafe do romance levanta a questão de “o que acontece aos seres demoníacos quando os imigrantes se mudam de suas terras natais”; Gaiman pega essa pergunta e vai com ela. Sua resposta é que esses "seres demoníacos" não aparecem apenas em solo americano. Eles migram para cá, trazidos de outros continentes nas mentes de seus crentes.

A vida não é fácil para os deuses antigos. Eles enfrentam uma competição acirrada nos “novos deuses” - mídia, tecnologia e drogas. As pessoas não acreditam mais nos deuses antigos, então não fazem mais sacrifícios a eles, então os deuses antigos estão desaparecendo. Os deuses antigos devem se posicionar contra os novos deuses ou serão eliminados. 


A Saga dos Corvos - Maggie Stiefvater

The Raven Cycle
é uma série de quatro romances de fantasia contemporâneos escritos pela autora americana Maggie Stiefvater.  

Maggie é uma contadora de histórias muito habilidosa e tem a capacidade de criar um sentimento profundo por seus personagens. Enquanto se segue a leitura é bastante possível que você fiquei totalmente compenetrado em como as coisas vão acabar para todos eles - não apenas os protagonistas, mas também os personagens secundários, e até (inexplicavelmente) os “vilões”. 

Embora os personagens sejam claramente a melhor coisa desta série, o enredo é sem dúvidas muito original e imaginativo, muito bem executado. seguindo um ritmo relativamente lento, mas sempre muito intrigante. A escrita é bastante atmosférica, o que era perfeito para o tipo de cenário em que a história está acontecendo. Este é o tipo de livro / série que o infecta com a vontade de convencer qualquer pessoa com ouvido a ler esta história. Mas (irracionalmente) também é algo que você deseja manter perto do seu coração, e nunca compartilhar com ninguém, nunca.

The Raven Cycle segue a história de Blue Sargent e seus quatro amigos que tentam encontrar o rei galês Glendower, que está enterrado nas linhas de ley em Henrietta, Virginia. Para quem não sabe, As linhas de ley são supostos alinhamentos entre vários lugares de interesse geográfico e histórico, são sempre associadas a teorias místicas e espirituais, a interpretação espiritualizada e mistificada das linhas ley tem sido adotada por outros autores e aplicada a paisagens em diversos lugares ao redor do mundo.

A história começa com uma introdução a Blue Sargent e seus parentes paranormais que vivem em Fox Way. Blue acompanha Neeve, sua meia-tia, a um lugar onde Neeve vê os espíritos das pessoas que morrerão no próximo ano. Blue vê o espírito de um garoto chamado Gansey, e Neeve diz a ela que ela será seu verdadeiro amor ou o matará. Mais tarde, Blue conhece Gansey, Adam, Ronan e Noah. Blue fica sabendo de sua missão e seus novos amigos junta-se a ela para encontrar Glendower. 

A história traz ainda uma floresta viva que existe fora do tempo e fala em latim, um pistoleiro chamado homem cinzento que está caçando sonhos, terrores noturnos que se manifestam como poderes místicos, zumbis de animais subterrâneos e um demônio com o poder de "desfazer" seres orgânicos.


Projeto Arcádia - Mishell Baker

Mishell Baker
criou um mundo mágico com um protagonista extraordinário. Neste mundo, o mundo dos Fae mágicos e o mundo não mágico que habitamos estão inexoravelmente ligados. Essa é a premissa da série que conta a história de Millie Roper e o Projeto Arcádia. Mas o que torna o livro uma obra prima é Millie, a protagonista. Uma mulher deficiente, após uma tentativa de suicídio que a deixou com uma série de parafusos, compostos por um certo tipo de metal, que ajudam a manter ligados muitos de seus ossos e articulações. Millie também lida com transtorno de personalidade borderline. Este é um distúrbio pouco conhecido, geralmente mal diagnosticado, com o qual é extremamente difícil conviver. 

Uma condição mental que se expressa em mudanças de humor repentinas, às vezes violentas. Ela pode ser emocionalmente frágil e emocionalmente manipuladora. Ela é difícil nos melhores dias e quase impossível nos piores. Baker sabe do que ela está falando, pois ela tem BPD. Esse conhecimento de primeira mão transparece. É improvável que você leia uma descrição mais clara e poderosa de um transtorno mental tão cedo.

Millie Roper está quebrada, sentindo-se como uma Mercadoria estragada. Tudo isso tornam nosso mundo um lugar difícil para Millie. Mas eles agem exclusivamente com ela para lidar com as fadas, afinal, o metal em seu corpo a torna imune à maioria dos feitiços e encantamentos. Até permite que ela anule muitos deles com um toque. E seus desafios emocionais a ajudam de maneiras inesperadas ao lidar com os fae, que trazem sua própria singularidade emocional para a trama.

Num plano geral, a trilogia nos apresenta os principais conflitos entre as fadas e o mundo humano, e entre aqueles dentro do Projeto Arcádia que desejam escravizar espíritos (e outros) para ganhar poder e aqueles que não desejam escravizar outros. Millie é uma lutadora pela liberdade. Ela trabalha com outras pessoas no escritório de Arcádia em Los Angeles, e com seus aliados fae, para se opor à sede londrina da Arcádia. Estranhamente, Londres é a sede de todo o projeto, ostensivamente dedicada a manter a paz e promover o avanço de humanos e fadas, mas secretamente escravizando fadas para tomar seus poderes para si.  

Millie é uma protagonista poderosa, embora pareça ser a última a reconhecer seu próprio poder. Suas lutas são o arco do livro: chegar a um acordo com seu poder dentro do projeto Arcádia; chegando a um acordo com sua sexualidade enquanto ela luta com relacionamentos com homens, mulheres e fadas; chegando a um acordo tanto com sua fragilidade quanto com sua força. Millie não pode ser categorizada. Ela não é gay nem heterossexual, não é inteira nem quebrada, não é uma líder nem uma seguidora, não é mentalmente doente nem mentalmente curada. Ela é fraca e poderosa, sexual e indiferente, inteligente e tola,e totalmente notável e diferente de qualquer outra figura que pode-se encontrar na literatura ou na vida. Em outras palavras, Millie é individual, especial, única, igual e diferente de todas as outras pessoas. Isso, em muitos aspectos, a torna extraordinária. Por ser diferente de qualquer outra pessoa, ela é possivelmente a personagem mais humana que você encontrará na ficção científica - ou na ficção em geral. 


Casa de Terra e Sangue - Sarah J. Maas

Sarah J. Maas
fez seu nome como mestre da fantasia para jovens adultos com suas duas séries Trono de vidro e Corte de espinhos e rosas. Com  Casa de Terra e Sangue, o primeiro thriller de fantasia urbana em sua nova série  Lua Crescente, ela cresceu além de suas raízes. Além de ser um novo gênero para Maas, esta também é sua estreia adulta. Cheio de emoção, intriga e romance ardente. No entanto, abaixo da superfície de Casa de Terra e Sangue, existe uma mensagem mais profunda. É tanto uma aventura de fantasia estrondosa quanto uma desconstrução de privilégios, raça e os rótulos que impensadamente atribuímos aos outros.

Este romance robusto apresenta ao leitor a cidade de Lunathion (AKA Crescent City), no planeta de Midgard, onde humanos e os Vanir (criaturas sobrenaturais: anjos, shifters, as fadas, etc.) vivem desconfortavelmente juntos. Seres imortais governam como a elite e os humanos são considerados cidadãos de segunda classe. Múltiplos narradores explicam, em detalhes dolorosos, o 25º ano de Bryce Quinlan, uma jovem metade humana, metade fae, com uma vida e um destino excepcionais. E do lendário anjo caído Hunt Athalar. Depois que os amigos mais próximos de Bryce são assassinados como parte de uma série de assassinatos em série demoníacos, Bryce e Hunt relutantemente colaboram para levar o assassino à justiça. À medida que mergulham mais fundo em sua investigação, eles percebem que o caso é muito mais complexo do que eles imaginavam, e eles são lançados em um mistério que ameaça o próprio mundo como eles o conhecem. 

O livro, uma fantasia original - ao contrário do trabalho anterior de Maas, que foi inspirado em contos de fadas - combina elementos estruturais de vários gêneros: a trama tortuosa de um romance de mistério, o arco previsível e o calor de um romance, os empolgantes desafios emocionais de YA . Também há poder cósmico e malevolência semelhante a um romance de terror na mistura. A trama depende principalmente de quem matou o melhor amigo de Bryce, mas Casa de Terra e Sangue inclui dezenas de personagens e sistemas complicados de governança, casta e a presença da polícia, tornando a trama um labirinto.
Ainda. Em suma, Casa de Terra e Sangue não é um livro bom. Apersar de ingênuo, seus personagens são atraentes, e seu universo é complexo o suficiente para fazer grandes cosplays e fanfics (chave para seu público-alvo). 


Lugar Nenhum - Neil Gaiman

Algumas das melhores histórias puras da atualidade estão sendo produzidas no gênero de fantasia, e este romance exuberantemente inventivo é um estado de exemplo da arte. Lugar Nenhum foi o primeiro projeto solo de Gaiman e um dos favoritos dos fãs em geral. Este livro traçou um caminho interessante para a publicação, tendo começado a vida como um roteiro para uma série de televisão, mas então Gaiman estava insatisfeito com as limitações de tempo e orçamento e decidiu que qualquer coisa que fosse forçado a cortar seria apenas devolvido ao romance. 

O protagonista, decididamente não heróico, Richard Mayhew é um cara comum; originalmente vindo da Escócia, ele construiu uma carreira de sucesso em Londres como analista de investimentos, ele tem uma bela (embora muito mandona) noiva Jessica e um grupo de bons amigos. Logo, porém, Richard conhece uma misteriosa velha que profetiza que ele embarcará em uma aventura que "começa com portas". Com certeza, seu destino se confunde quando num dia, ele estava caminhando para um jantar de noivado muito importante com o chefe muito importante de Jéssica e viu uma garota deitada na rua, sangrando. Apesar das demandas de Jessica para que eles ignorem a situação da garota e prossigam para o jantar, Richard opta por vir em auxílio de Door, a donzela em perigo, e que está fugindo de um par de assassinos contratados sem idade e em busca do motivo por trás do assassinato de sua família. 

Door vem de uma família dotada na arte de abrir portas, ou eram até que todos eles, exceto Door, fossem massacrados pela dupla de assassinos contratados que a perseguiram até Londres acima. Ao optar por ajudar Door, Richard desencadeia uma sequência de eventos que o vê mergulhado no mundo estranho e perturbador de Londres Abaixo, onde "pessoas que caíram pelas rachaduras" vivem em uma sociedade simulada feudal rigidamente estratificada que é semelhante ao da Londres Acima. Richard acaba contaminado pela Londres Abaixo e, portanto, invisível para os habitantes de Acima - Jéssica não o reconhece mais, sua mesa de trabalho foi transferida e um agente imobiliário muda outra pessoa para seu apartamento. 

Um desfile de instrutores e guias traz Richard e Door cada vez mais perto de entender por que seu pai foi marcado para morrer pelos governantes de Londres Abaixo, e prepara Richard para a batalha com a (maravilhosamente repugnante) Grande Besta de Londres. O final é uma surpresa terrível e uma culminação perfeitamente lógica da jornada de Richard para os recessos mais sombrios de sua civilização e de si mesmo. Como Douglas Adams, Gaiman é adepto da criação de figuras únicas com o talento certo para mergulhar em sua própria criação desconcertante. Ao todo, a história de Gaiman é consistentemente espirituosa, cheia de suspense,e assustadoramente imaginativo em suas transposições contemporâneas de folk familiar e materiais. 




Editora Cyberus
Antologia + Podcast



Como disse no começo dos Post, a editora Cyberus está com edital aberto para uma antologia sobre Fantasia Urbana. Espero que, chegando ao fim dessa matéria, você tenha obtido uma boa compreensão do que se trata esse gênero.
Acesse o edital da antologia "Cidades Infinitas" aqui.

De outra forma você pode ouvir o podcast Território Cyberus, em seu segundo capítulo totalmente focado nesse assunto:

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