quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Mácula da Sanidade - Parte 3

O Carrossel



As figuras pareciam nativos, aborígenes a cavalo, em seu dançar ao redor da fogueira entoando cânticos a lua ou a seres umbrais que faziam parte de suas crenças. Mas apesar da diminuta vela projetar suas sombras rodopiando ao nosso redor, a engenharia do mecanismo envolta dela era esculpida em pequenos cortes de carne e opacas lascas de ossos. Cuidadosamente configurados como um brinquedo macabro, alguns atravessados com varetas e outros presos a anzóis, todos formando um círculo ao redor da pequena iluminaria de cera. Aquilo me lembrava um carrossel de parque, porém num tamanho diminuto.

Entre carne e ossos haviam ainda os olhos, orelhas, fios de cabelo e dedos. Alguns orgãos internos de certo também haviam sido utilizados. O corpo, ou o que restava dele, estava espalhado pelo chão do escritório e impossível de identificar com um olhar. Não sabia se era homem ou mulher, na verdade nem mesmo dava para imaginar que um dia aquilo foi um ser humano. Nada mais além disso eu poderia descrever pois não suportei passar mais do que um minuto naquela sala.



Thompson reportou, desci em silêncio as escadas até chegar na rua, os outros passavam por mim e me observavam aguardando qualquer informação. Dos que seguiram primeiro, ao longe pude escutar seus gritos de repulsa, outros voltavam correndo a regurgitar suas últimas refeições pelo caminho.

Decidido a sair daquele lugar eu ignorei toda a parte procedural do processo, estava em choque e fui direto para casa, não consegui me alimentar e nem mesmo impedir minha mente de divagar por áreas nebulosas da psique. Atualmente morava sozinho em um sobrado a poucas quadras dali, após um banho gelado fui me deitar mas o sono não veio, fiquei refletindo sobre uma mancha no teto enquanto as cenas vinham como flashs através das lembranças, era como se o tempo não existisse e quando me dei conta o sol já havia invadido o quarto pela janela.

Estava sonhando acordado, estava mais para pesadelos na verdade. Ainda assim três batidas na porta não foram o suficiente para me fazer levantar, em pouco tempo ele já havia entrado no quarto e apesar de te-lo percebido permaneci estático.

“Eu tenho um trabalho a cumprir e preciso de sua ajuda, vou descer e aguardarei por cinco minutos. De outra forma você não precisa mais voltar ao distrito.”

As palavras de Marchan soaram como um ultimato, e provavelmente eram.

Contrariando minhas próprias expectativas lá estava eu de frente para a pia contemplando no espelho uma aparência desgastada mentalmente, a barba por fazer, os olhos fundos e colados a uma expressão abatida, reflexos de imagens perturbadoras que causaram horas de insônia e certamente tardariam para abandonar meus pensamentos.

Poucas horas depois estava de volta ao local do crime, Marchan me explicara que o ‘corpo’ era de um homem de meia idade identificado como Lucio Milán, ele já era conhecido da policia por realizar furtos de material condutor e outros tipos de peças de engenharia em fabricas descontinuadas.

Após algum tempo eu já não reagia estranhamente ao local então pude pensar com mais clareza, Marchan parecia estar com a mente mais apurada desde a noite anterior. Não demorou para deduzir o que levou Milán até seu leito de morte. Nosso raciocínio trabalhou quase sincronizado.

“Três tiros. Ele percebeu alguma coisa vindo por detrás da porta e se sentiu ameaçado o suficiente para disparar três vezes, porém não foi o suficiente. O que quer que tenha sido, alvejou ele a uma distância de quatro metros e o arrastou do local onde encontramos a maleta, através da porta e então para dentro do escritório.”

Ao final meus olhos estavam encarando a porta ao final do corredor, a imagem do carrossel passou novamente pela minha mente mas logo comecei a subentender aonde levava a dedução de Marchan.

‘Alguma coisa’ e ‘o que quer que tenha sido’ não pareciam fazer referencia a algo concebível, por um momento imaginei a cena. Algo se alongando a partir da porta até o local onde estava a maleta, com frieza para ignorar um ataque contrário e ainda revidar, agarrar e com grande força arrastar o adversário em pânico por quatro metros para as trevas, de encontro com a morte. Ou algo ainda muito pior antes do derradeiro final que ele teve. O Carrossel.

- Ele é um artista. – Eu Disse – Ainda que macabro, ele moldou uma escultura a partir dos restos mortais de Lúcio Milán. Não me lembro de nenhum caso similar a esse, mas talvez tenha que aprofundar minhas pesquisas. – Concluí apreensivo.

Marchan permaneceu em silêncio, pensativo, pouco a pouco foi me passando detalhes de sua análise que cuidadosamente eu anotava. Ter sua orientação durante aquele momento me parecia o mais sensato a se fazer, sua experiência de certo o ajudou a absorver fatos como aquele com mais frieza, o que era óbvio ao observar a categoria com que analisa as pistas sem se deixar levar pela insanidade dos fatos.

Durante a avaliação o policial Ezekias apareceu informando ter algumas novidades a respeito das suspeitas de sequestro do Dr. Noble.

Segundo ele, o paciente que Noble suspeitava estar envolvido fugiu da custódia do Asilo horas antes de sua esposa ter desaparecido, com certeza não era apenas coincidência. Porém o mais intrigante eram os relatos dos enfermeiros naquela noite, aparentemente coisas estranhas aconteceram no local, uma perturbação generalizada entre os internos provavelmente acobertou a fuga e quando se deram conta do ocorrido alguns dos próprios enfermeiros ficaram perturbados com oque encontraram no quarto.

Ezekias não tinha palavras para descrever o que viu, apenas deixou alguns oficiais no local para preservar a cena e informou que seria melhor que víssemos com os próprios olhos.

A morte de Lúcio Milán talvez tivesse ligação com o sumisso de Sophie Noble, talvez fosse apenas uma coincidente distração ou talvez todas as nossas hipóteses que levantamos até então estivessem erradas. Como analista eu não conseguia relacionar os fatos e Marchan continuava mantendo sua postura pensativa apesar de transparecer estar muito intrigado.

Horas depois estávamos a caminho de Arles, acabamos por seguir a única pista de nosso roteiro original.

Quando entramos naquele aposento isolado na torre norte do Asilo Rhône, foi quando as coisas começaram a fazer sentido.


Confira a história toda na sessão Contos & Mythos

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

As Melhores Sagas de Distopia (Parte 1)

Distopia ou antiutopia é o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa" . As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade.

Nelas, "caem as cortinas", e a sociedade mostra-se corruptível; as normas criadas para o bem comum mostram-se flexíveis. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações.

Conheça nessa matéria as Sagas de Distopias Literárias mais famosas desse século...


1 - Jogos Vorazes (Suzanne Collins)

Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?

A tudo bem! Jogos Vorazes já foi adaptada para o cinema e seu desfecho é um dos filmes mais aguardados do ano. Mas apesar de adaptações terem efeitos visuais magníficos a nossa imaginação cria um mundo ainda mais incrível, um livro ainda é muito mais rico que sua adaptação.

A obra de Collins, como a maioria das distopias, é uma alusão ao comportamento da sociedade atual, É um intenso questionamento de valores, tanto sociais quanto políticos e comportamento de cada indivíduo dentro dela. Jogos Vorazes não é "um monte de gente se matando", ele é muito mais que isso. é uma crítica dura a esse sistema que só suga e dentrói tantas pessoas. Que te trata como marionete e você aceita sem perceber. Suzanne Collins criou uma história para ler, reler e re-reler! E principalmente para refletir.

Jogos vorazes é uma Trilogia:

#01 Jogos Vorazes (2008)
#02 Jogos Vorazes: Em Chamas (2009)
#03 Jogos Vorazes: A Esperança (2010)

2 - Gone, O Mundo Termina Aqui - Michael Grant

Gone começa com um fato perturbador. Os alunos estavam acompanhando a aula quando o professor simplesmente sumiu. Não saiu pela porta da sala, nem pela janela… Ele desapareceu na frente de todos, como em um passe de mágica. Fez puff. Pufou.

A primeira reação foi incredulidade, mas todos tiveram a mesma impressão. O silêncio logo é substituído pelas piadinhas, e em seguida pela desconfiança. Inicia-se um barulho por toda a escola, dando a entender que o fato misterioso não foi isolado.Até que a porta da sala é aberta. Todos imaginam que seria um adulto chegando com explicações, mas era a Astrid Gênio. Uma garota de 14 anos muito inteligente e que estava estudando em outra sala. Com ela a situação foi ainda mais alarmante, seu grupo de estudos sumiu completamente.

Então Sam, Quinn e Astrid começam a tentar compreender o que está acontecendo, mas não é fácil. O fato é que todas as pessoas com mais de 15 anos desapareceram, não somente na escola, mas por toda a cidade.

O que aconteceu? Como e porque os adultos sumiram? O que eles devem fazer? Para onde ir? Que medidas tomar?

Só restam os jovens: os adolescentes, os pré-adolescentes, as crianças pequenas. Mas nenhum adulto. Não existem mais professores, nem policiais, nem médicos, nem pais. E, também de repente, não há telefones, nem internet, nem televisão. Não há como descobrir o que aconteceu. Nem como conseguir ajuda.
A fome é uma ameaça. Os valentões tentam dominar todos os outros. Uma criatura sinistra está à espreita. Os animais estão sofrendo mutações, e os próprios jovens estão mudando, desenvolvendo novos talentos – poderes inimagináveis, perigosos, mortais -, que ficam mais fortes a cada dia.

É um mundo novo e aterrorizante. Cada um terá de escolher o seu lado para a batalha que se aproxima. Os moradores locais contra os riquinhos. Os fortes contra os fracos. As aberrações contra os normais. E o tempo está acabando: no dia do seu aniversário, você vai desaparecer, como todos os outros.

Gone é mais jovem do que adulto, apesar de ser bem violento e meio gore e também é bem fantasioso e sci-fi.
Michael Grant conseguiu criar um novo mundo – cruel, muito cruel – para os amantes de aventuras e mistérios, e seria algo totalmente sem fundamento você deixar passar uma leitura como essa.

A Série possui 6 livros publicados:

#01 Gone (2008) 
#02 Fome (2009)
#03 Mentiras (2010) 
#04 Praga (2011)
#05 Medo (2012)
#06 Light (2013)


3 - Maze Runner: Correr ou Morrer - James Dashner

Ao acordar dentro de um escuro elevador em movimento, a única coisa que Thomas consegue lembrar é de seu nome. Sua memória está completamente apagada. Mas ele não está sozinho. Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, Thomas se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam à Clareira, um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Assim como Thomas, nenhum deles sabe como foi parar ali, nem por quê. Sabem apenas que todas as manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar – chega uma garota, a primeira enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo. Thomas será mais importante do que imagina, mas para isso terá de descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e correr, correr muito.

Logo que o livro inicia o leitor já é introduzido nesse mundo louco da saga.

O livro é narrado por Thomas, um menino de aproximadamente 16 anos que não se lembra de nada da sua vida antes de despertar, somente o seu nome. Ele desperta em uma caixa escura e lisa, a caixa se move para cima e em poucos segundos depois de despertar a caixa se abre acima de sua cabeça.

Thomas acorda para uma realidade “insana”, ele está rodeado por meninos mais ou menos da idade dele, que ele acha ser 16, que falam de uma forma estranha e agem de um forma estranha. Ele está cheio de perguntas à fazer, mas logo percebe que não conseguirá nenhuma resposta. Todos são muito conservadores e não gostam que fiquem questionado tudo, a vida na clareira é corrida e a clareira é um mistério, existe um labirinto do lado de fora, onde só é permitida a entrada dos corredores.

Durante 2 anos os corredores percorrem o labirinto durante o dia, e voltam a noite para desenhar mapas das mudanças, afinal as paredes do labirinto se movem todos os dias. Durante esses 2 anos ninguém nem chegou perto de desvendar o mistério do labirinto, a única coisa que eles sabem é, depois que o sol de põe é suicídio permanecer no labirinto e os “verdugos” (bichos grotescos e assassinos) matam sem dó nem piedade.

A Série possui 4 Livros publicados, um Quinto Livro para sair em 2016 e Adaptação Cinematográfica com um segundo filme lançado no mês passado. 


#01 The Maze Runner (2009)

#02 The Scorch Trials (2010)
#03 The Death Cure (2011)
#04 The Kill Order (2012)
#05 The Fever Code (2016)

4 - Divergente - Veronica Roth

Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções, cada uma dedicadao cultivo de uma virtude – Candor (A Honestidade), Abnegation (Altruísmo), Dauntless (A Coragem), Amity (A Paz) e Erudite (A inteligência). – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.

A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é. 

Ela acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.



Veronica Roth tem muito potencial, isso é inegável. Tris é uma protagonista interessante e verossímil – tanto que, às vezes, queremos sacudi-la para ver se acorda. Não é a pessoa mais empática do mundo, mas é fácil torcer para ela.

A família Prior, os líderes das facções, os outros adolescentes… Todos têm características críveis, de pessoas que conhecemos hoje, o que nos faz amá-los e odiá-los de acordo com suas ações. Mas, por incrível que pareça, o personagem mais complexo e bem construído da história é Quatro, um dos responsáveis por treinar os iniciandos e um cara que acaba despertando sentimentos (conflitantes, às vezes) em Tris.

A Série é na verdade uma trilogia, mas possui um quarto livro que mostra o ponto de vista de outro personagem e alguns contos relacionados a ele. O Primeiro e Segundo livros já foram adaptados para o cinema e a continuação é garantida.

#01 Divergent (2011) 
#02 Insurgent (2012) 
#03 Allegiant (2013) 
#04 Four (2014) 


5 - Feios - Scott Westerfeld


Séculos depois da destruição da civilização industrial em um apocalipse ecológico, a humanidade vive em cidades-bolha cercadas pela natureza selvagem. Lá, Tally Youngblood é feia. Não, isso não significa que ela é alguma aberração da natureza. Não. Ela simplesmente ainda não completou 16 anos. Em Vila Feia, os adolescentes ficam presos em alojamentos até o aniversário de 16 anos, quando recebem um grande presente do governo: uma operação plástica como nunca vista antes na história da humanidade. Suas feições são corrigidas à perfeição, a pele é trocada por outra, sem imperfeições ou – nem pense nisso – espinhas, seus ossos são substituídos por uma liga artificial, mais leve e resistente, os olhos se tornam grandes e os lábios, cheios e volumosos. Em suma, aos 16 anos todos ficam perfeitos.

Uma noite, ela conhece Shay, uma feia que não está nem um pouco ansiosa para completar 16 anos. Pelo contrário: Shay pretende fugir dos limites da cidade e se juntar à Fumaça, um grupo de foras-da-lei que sobrevive retirando seu sustento da natureza.

 Quando ela foge, Tally aprende sobre um lado totalmente novo do mundo dos bonitos – que não é tão bonito assim. As autoridades oferecem a Tally sua pior escolha: encontrar sua amiga e a entregar, ou nunca se transformar em uma pessoa bonita. Tally, porém, acaba se envolvendo em uma conspiração e descobrirá que, por trás de tanta perfeição, se esconde um terrível segredo. Sua escolha irá mudar o mundo para sempre.

O bacana é tentar entender os dois lados da história. Tally, que quer se tornar Perfeita porque o mundo a submeteu a toda essa ideologia. E Shay, que não quer se tornar Perfeita, pois acredita que ninguém precisa de uma operação para ser belo. A história é bem original, e Scott Westerfeld é incrivelmente inteligente. Durante toda a narrativa percebemos críticas à nossa sociedade, e ao ser humano em si.


Diante disso, já posso começar falando que é uma ótima leitura, inserida no rol da distopia, recheada de cenas de aventura, com perseguições, explosões, saltos e voos enlouquecedores. Além disso a personagem mexe com questões muito íntimas a nós como a auto estima, a promessa, a traição, o egoísmo e doação.


Nesse primeiro livro a história apresenta como o ser humano, mesmo cercado de tecnologia e muito conhecimente, ainda se revela preconceitos e limitações identitárias. E sem querer querendo a Tally desarruma esse novo mundo de perfeição.

A dinamicidade das páginas fazem com leiamos sempre esperando por mais e isso é constante nos demais livros da coleção. O autor faz muitas referências ao mundo dos "enferrujados", que corresponde ao tempo presente, nos deixando conscientes do novo mundo e delimitando com muita eficiência o cenário fictício. 

As explicações são sempre muito pertinentes, seja para as questões humanas ou para as tecnológicas, o que deixa muito consistente a primeira etapa da saga. Mas como já comentei, no início, acredito que pela necessidade de ambientação do tempo futuro, achei as descrições cansativas, mas nada que algumas páginas a frente não compensem.

O autor Scott Westerfeld, foi muito feliz com essa história, tanto que a princípio ela foi desenhada como uma trilogia e terminou por ganhar um quarto volume, algo que ele brinca na dedicatório do livro Extras #4: 

PARA TODOS AQUELES QUE ME ESCREVERAM PARA REVELAR A DEFINIÇÃO SECRETA DA PALAVRA "TRILOGIA".


#1 Feios (2005) 

#2 Bonitos (2005) 
#3 Especiais (2006)
#4 Extras (2007) 


Dêem suas opiniões e digam quais destas sagas mais te interessaram. 
Lembrando que é uma Lista de Sagas, dessa forma Distopias Individuais não foram contabilizados.

Em Breve a parte 2 estará disponível e novas Distopias Irão aparecer...

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Grandes Escritores e suas Grandes Obras (Parte 7) - Eduardo Spohr, A Batalha do Apocalipse & Os Filhos do Éden


A Batalha do Apocalipse: 
Da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo



A Batalha do Apocalipse se tornou um fenômeno mesmo antes de ser Publicada pelo jornalista brasileiro Eduardo Spohr, em 2007 pelo site Jovem Nerd, em 2009 pelo selo editorial criado pelo site e em 2010 pela Verus. A trama tem como protagonista Ablon, um anjo renegado condenado a vagar no mundo dos homens por ter revoltado-se contra o Arcanjo Miguel, e Shamira a Feiticeira de En-Dor, que o ajuda na jornada histórica até o apocalipse.

Com um total de 586 páginas, o livro se divide em 3 partes intituladas A Vingadora Sagrada, A Ira de Deus e a Flagelo de Fogo.

Hoje um dos maiores campeões de vendas da nova geração de escritores brasileiros. Seu livro A batalha do Apocalipse, com mais de 200 mil unidades vendidas até o fim de 2012. A batalha do Apocalipse virou tema de um programa do Nerdcast em 2007, foi editado pela equipe do Jovem Nerd e, apenas com a venda exclusiva no site, vendeu mais de 4 mil exemplares. “Aí começou o bochicho, com a ajuda das redes sociais”, afirma Eduardo Spohr. Por fim, a editora Record contratou Spohr para seu selo Verus, e o livro se tornou um best-seller.

Quando Spohr entrou pela primeira vez nas listas de mais vendidos, em 2010, disputou espaço com Paulo Coelho e seu então recém-lançado O Aleph. O maior campeão de vendas da literatura brasileira pesquisou então a respeito de Spohr e se encantou com a fórmula de sucesso de seu novo “rival”. “O carioca Eduardo Spohr chegou aonde está agora com o apoio de uma comunidade imensa – os nerds e as campus parties”, escreveu Coelho ao indicar Spohr na edição ÉPOCA 100, que reuniu os brasileiros mais influentes de 2011.

Apesar dos personagens centrais de ABdA serem anjos e demônios, este é um livro sobre questões humanas – como, aliás, acho que todas as obras deveriam ser. A batalha do Armagedon, propriamente dita, só acontece no final. Grande parte do livro se passa na Terra, e é uma viagem pela História humana.

“A Batalha do Apocalipse” é recortado por uma série de flashbacks. Alguns deles são curtos; outros, muito longos. A minha sugestão é que você leia esses fragmentos como se fossem obras separadas – justamente porque cada trecho tem uma história própria, com começo, meio e fim.



Trilogia Filhos do Éden


O surgimento da série começou quando logo após de ter feito sucesso com o best-seller A Batalha do Apocalipse, Eduardo Spohr decidiu criar uma saga se passando no mesmo universo de seu livro de estreia,  Todos pensaram que seria uma continuação de A Batalha do Apocalipse, mas ele próprio disse, "que a ideia era justamente não ficar preso à trama anterior". Por isso, a justificativa para um novo trabalho, que compreende uma trilogia.

A série Filhos do Éden, uma vez que não se conceitua como uma continuação do livro A Batalha do Apocalipse, funciona como um prequel direto a ele, e embora se estabeleça no mesmo universo criativo, tem como figuras principais o aparecimento de novos personagens e o surgimento de velhos, mas que não apareceram em sua outra obra: como foi o caso do arcanjo Rafael. De fato, a série se diferencia de A Batalha do Apocalipse por seu tom mais "humanizado" e por suas referências históricas mais evidentes.



Herdeiros de Atlântida




“Filhos do Éden – Herdeiros de Atlântida” é uma narrativa, ambientada no mesmo cenário de “A Batalha do Apocalipse”, transcorre nos dias atuais e explora uma nova perspectiva da guerra no céu – a visão dos capitães e soldados, e não dos grandes generais, tão amplamente retratados no livro anterior.


Em “Herdeiros de Atlântida” algumas questões, antes obscuras, são enfim respondidas, enquanto outras são lançadas ao público. É, acima de tudo, uma aventura, um thriller de fantasia, mais dinâmico, mais humano, com pitadas de conteúdo histórico, romance e mitologia.



SINOPSE

Há uma guerra no céu. O confronto civil entre o arcanjo Miguel e as tropas revolucionárias de seu irmão, Gabriel, devasta as sete camadas do paraíso. Com as legiões divididas, as fortalezas sitiadas, os generais estabeleceram um armistício na terra, uma trégua frágil e delicada, que pode desmoronar a qualquer instante.

Enquanto os querubins se enfrentam num embate de sangue e espadas, dois anjos são enviados ao mundo físico com a tarefa de resgatar Kaira, uma capitã dos exércitos rebeldes, desaparecida enquanto investigava uma suposta violação do tratado. A missão revelará as tramas de uma conspiração milenar, um plano que, se concluído, reverterá o equilíbrio de forças no céu e ameaçará toda vida humana na terra.

Ao lado de Denyel, um ex-espião em busca de anistia, os celestiais partirão em uma jornada através de cidades, selvas e mares, enfrentarão demônios e deuses, numa trilha que os levará às ruínas da maior nação terrena anterior ao dilúvio – o reino perdido de Atlântida.



Anjos da Morte


“Filhos do Éden: Anjos da Morte” se passa no mesmo universo dos livros anteriores, mas o cenário, agora, são as guerras modernas e as lendas que delas surgiram, as sociedades secretas, a bruxaria nazista, os experimentos psíquicos conduzidos pelos agentes da ex-União Soviética, a disputa das superpotências pela arma do juízo final.

Mas nem só de espoleta é feito este tomo. No ínterim entre as aventuras de Denyel, saltaremos ao futuro para acompanhar a jornada de Kaira, Urakin e Ismael, um novo personagem que se junta ao coro, e sua missão para resgatar o amigo exilado, tragado pelo redemoinho cósmico do rio Oceanus, após a batalha na fortaleza de Athea (em “Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida”). 

Para trazê-lo de volta, eles precisarão encontrar a colônia perdida de Egnias, a última das cidades atlânticas, desaparecida desde o dilúvio, e o afluente que, segundo os rumores, poderá levá-los ao exato local onde jaz o parceiro.

SINOPSE

Desde eras longínquas, os malakins, anjos virtuosos e sábios, observam e estudam o progresso do homem. Mas eis que chega o século XX, e com ele a acelerada degradação do planeta. Os novos meios de transporte, os barcos a vapor e as estradas de ferro levaram a civilização aos cantos mais distantes do globo, afastando os mortais da natureza divina, alargando as fronteiras entre o nosso mundo e as sete camadas do céu. 

Isolados no paraíso, os malakins solicitaram então a ajuda dos “exilados”, anjos pacíficos que há anos atuavam na terra. Sua tarefa, a partir de agora, seria participar das guerras humanas, de todas as guerras, para anotar as façanhas militares, o comportamento das tropas, e depois relatá-las aos seus superiores celestes. Disfarçado de soldados comuns, esse grupo esteve presente desde as trincheiras do Somme às praias da Normandia, das selvas da Indochina ao declínio da União Soviética. Embora muitos não desejassem matar, foi isso o que lhes foi ordenado, e o que infelizmente acabaram fazendo.

Carregado de batalhas épicas, magia negra e personagens fantásticos, 'Filhos do Éden: Anjos da Morte' é também um inquietante relato sobre o nosso tempo, uma crítica à corrupção dos governos, aos massacres e extremismos, um alerta para o que nos tornamos e para o que ainda podemos nos tornar.



Paraíso Perdido


“Paraíso Perdido” é dividido em três partes, cada qual com uma atmosfera própria e personagens diferentes. O primeiro trecho se passa inteiramente em Asgard, a dimensão dos deuses nórdicos, onde Denyel acorda ao final de “Anjos da Morte”, após ser sugado pelo rio Oceanus. Kaira, Urakin e Ismael vão ao seu encontro, para tentar resgatá-lo e regressar à Haled, através da legendária ponte Bifrost.


A segunda parte tem lugar nos dias anteriores ao dilúvio. Conforme mostrado em “Anjos da Morte”, Ablon (no passado, enquanto general de Miguel) é ordenado a capturar Metatron e trazê-lo vivo aos Sete Céus. O segundo terço do livro destaca esse período, revelando um Ablon diferente daquele que conhecemos em “A Batalha do Apocalipse”, ainda fiel às forças do Paraíso.

Essas duas jornadas convergem na parte três, que finalmente explicará como Ablon, há 35 mil anos, conseguiu enclausurar Metatron, e como Kaira, Urakin e Denyel, no presente, farão para enfrentar o Rei dos Homens Sobre a Terra, um celeste muitíssimo mais forte que eles, invencível sob vários aspectos.

SINOPSE

No princípio, Deus criou a luz, as galáxias e os seres vivos, partindo em seguida para o eterno descanso. Os arcanjos tomaram o controle do céu e os sentinelas, um coro inferior de alados, assumiram a província da terra.

Relegados ao paraíso, ordenados a servir, não a governar, os arcanjos invejaram a espécie humana, então Lúcifer, a Estrela da Manhã, convenceu seu irmão – Miguel, o Príncipe dos Anjos – a destruir cada homem e cada mulher no planeta. Os sentinelas se opuseram a eles, foram perseguidos e seu líder, Metatron, arrastado à prisão, para de lá finalmente escapar, agora que o Apocalipse se anuncia. Dos calabouços celestes surgiu o boato de que, enlouquecido, ele traçara um plano secreto, descobrindo um jeito de retomar seu santuário perdido, tornando-se o único e soberano deus sobre o mundo.

Antes da Batalha do Armagedon, antes que o sétimo dia encontre seu fim, dois antigos aliados, Lúcifer e Miguel, atuais adversários, se deparam com uma nova ameaça – uma que já consideravam vencida: a perpétua luta entre o sagrado e o profano, entre os arcanjos e os sentinelas, que novamente, e pela última vez, se baterão pelo domínio da terra, agora e para sempre.


Eduardo Sporh


Eduardo Spohr é um jornalista, escritor, professor, blogueiro e podcaster brasileiro. É o autor de A Batalha do Apocalipse, livro entre os mais vendidos no segundo semestre de 2010 no Brasil, da trilogia Filhos do Éden, e participante do podcast Nerdcast, do blog Jovem Nerd.




Spohr é filho de um piloto de aviões e de uma comissária de bordo, tendo, por conta disso, a chance de viajar para vários países ainda na infância, quando já produzia escritos literários. Embora não tenha religião, seu contato com diversas culturas e a iminência de conflitos na Guerra Fria, durante sua juventude, o motivaram a escrever sobre o fim do mundo e religião em seu livro A Batalha do Apocalipse, situando a trama em várias civilizações. Antes de trabalhar nessa obra, estudou Comunicação Social, a princípio, dedicando-se à Publicidade, porém voltando mais tarde a sua preferência para a profissão de jornalista. Trabalhou os primeiros anos da década de 2000 como repórter, analista de conteúdo do portal iBest e editor do portal Click21.

Já como colaborador do blog Jovem Nerd ao participar do podcast Nerdcast, publicou seu livro na Nerdstore, loja virtual da página, pelo selo NerdBooks, por meio da qual vendeu mais de quatro mil exemplares, ainda sem amparo de editoras. Em junho de 2010, o Grupo Editorial Record publicou A Batalha do Apocalipse pelo selo Verus, vendendo, até dezembro do mesmo ano, 50 mil cópias. Logo em seguida, em 2011, lançou o primeiro livro da série Filhos do Éden intitulado Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida e depois, em 2013, publicou o segundo, chamado Filhos do Éden: Anjos da Morte.

A lista de obras de ficção que influenciaram Eduardo vai de Highlander para The Matrix, através de desenhos animados japoneses como Saint Seiya. Quanto aos escritores a lista engloba Robert E. Howard, J.R.R. Tolkien, Neil Gaiman, Alan Moore, Frank Miller, Garth EnnisStephen King e H.P. Lovecraft.

Mesmo que negligenciado pela crítica especializada, Eduardo é considerado pelo romancista de renome mundial, Paulo Coelho, uma das estrelas desta geração de escritores.


Fontes Utilizadas: Filosofia Nerd

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