quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Saindo do Papel (Parte 1) - Stephen King Sob a Redoma

"Saindo do Papel" é mais uma série de publicações que será tratada aqui no BLOG Meu Mundo em suas Mãos, dessa vez tratando de adaptações literárias, tanto para o cinema quanto para a TV.

Nessa primeira parte tratarei de um dos livros mais recentes do mestre do Terror, Stephen King, Under the Dome (Sob a Redoma).

O canal estadunidense CBS encomendou Under the Dome, série de TV que terá como base o romance homônimo de Stephen King. Já estão garantidos 13 episódios para a primeira temporada do programa.

Under the DomeInicialmente desenvolvida para o canal pago Showtime, a decisão de mover a série para a TV aberta foi tomada internamente (ambas as emissoras são do grupo CBS Corporation).

Under the Dome  segue a história dos moradores de uma pequena cidade do Maine onde subitamente surge um campo de força invisível e impenetrável. Presos sob o domo, os moradores, liderados por um veterano da Guerra do Iraque, unem-se para manter a ordem e lutar contra a barreira que os isola do resto do mundo.

King lançou o livro em 2009 depois de 20 anos trabalhando na história. Com mais de mil páginas, Under the Dome, tornou-se mais interessante para a TV do que o cinema, onde o formato oferece o espaço necessário para a história.

Brian K. Vaughan (Lost) vai escrever o roteiro. Neal Baer, Justin Falvey, Darryl Frank, Stacey Snider e King serão produtores-executivos. Under the Dome tem previsão de estreia junho e agosto nos EUA.



SOBRE O LIVRO

Título Original: Under the Dome
Título Traduzido: Sob a Redoma
Ano de Publicação: 2009
Data de Publicação nos EUA: 10/11/2009
Data de Publicação no Brasil: 01/10/2012
Personagens: Dale Barbara, James Rinnie, Julia Shumway, Andy Sanders
Conexões: A Hora do Lobisomem, Ao Cair da Noite
Cidades da História: Chester’s Mill (Cidade Fictícia no Maine)

Atualizado com o primeira Trailer da série de TV.




Sinopse

Em um dia normal de outono, na cidade de Chester Mill, Maine, a cidade é inexplicável e repentinamente isolada do resto do mundo por um campo de força invisível. Aviões colidem e caem do céu em chamas, a mão de um jardineiro é cortada na "cúpula", as pessoas são separadas de suas famílias e os carros explodem com o impacto. Ninguém pode imaginar o que essa barreira é, de onde veio, e quando — ou se — ela irá embora.
Dale Barbara, veterano no Iraque e agora um cozinheiro de pequenas-ordens, encontra-se unido com alguns cidadãos intrépidos — a dona de um jornal local Julia Shumway, assistente de um médico no hospital, uma seleta mulher e três filhos corajosos. Contra eles está Big Jim Rennie, um político que não vai parar por nada — nem assassinatos — de segurar as rédeas do poder, e seu filho, que está mantendo um segredo horrível em uma despensa escura. Mas o seu principal adversário é a própria cúpula. Porque o tempo não é apenas curto. Ele está se esgotando.


As 877 páginas de Under the Dome, de Stephen King, acabam por ser poucas para contar uma história que tem muito para oferecer.

A premissa é elegante: a cidade de Chester's Mill vê-se, de um momento para o outro, coberta por uma redoma invisível e indestrutível.
Quem a ergueu?
Qual é o objectivo?
As personagens não sabem. Porém, algumas são capazes de adivinhar. E o leitor, se pensar um bocadinho, também será.
O início e o desenvolvimento do livro são interessantes, pontuados por pormenores muitíssimo realistas de caracterização de personagens e de ambientes, embora a prosa - simples, mas não simplória - pejada de referências à cultura popular norte-americana, não se apresente muito "sofisticada" aos olhos de um leitor europeu. Contudo, do meio para o fim, Under the Dome ganha uma força tremenda e cresce imenso, dando-nos a ler, de certeza, uma das catástrofes mais violentas que já foram imaginadas na literatura.

O romance beneficiaria de uma revisão mais atenta, mesmo assim, que evitasse algumas incongruências (o cão Horace é chamado de Hector durante umas páginas, por exemplo) e linhas de raciocínio que, acho eu, devem ter permanecido de certas partes entretanto suprimidas pelo autor, aquando da preparação da versão final. Ademais, não deixa de ser inesperado que um romance tão grande tenha um ritmo tão acelerado e eu acho que isso também acaba por prejudicar Under the Dome, porque certos pormenores, como os efeitos a médio prazo que a cúpula invisível opera na cidade e região florestal limítrofe, mereciam mais atenção. De maneira geral, King está mais interessado em analisar o comportamento dos indivíduos, levado ao extremo por esta circunstância extraordinária, que em especular sobre a origem e a razão do surgimento da cúpula - embora elas sejam apresentadas e explicadas.

A verdade é que “Under the Dome” é um livro grande, desajeitado e pesado. Por ser mais um livro de Stephen King, a reação inicial do leitor é correr pelas páginas. Não faça isso! Esse livro funciona melhor quanto mais tempo você ficar nele.

O enredo é pratico e simples. Igual aos outros livros de SK ambientados numa cidade pequena (Trocas Macabras, A Hora do Vampiro, A Coisa). Alguém ou algo mau aparece nessa cidade, desencadeando uma série de eventos. Neste caso, o mau é uma redoma que cai sobre a cidade de Chester Mill, excluindo-a do mundo exterior (embora a redoma não caia, nem sequer tenha sido colocada lá… Ou foi?)… As sequências iniciais ao aparecimento da redoma são diversas: uma mulher tem sua mão decepada, um castor é esquartejado ao meio e outros grandes acidentes como a colisão de um avião contra a parede transparente. Mas essa redoma é apenas um objeto na história. Ainda que a origem, o porquê e a função dela sejam questões presentes em toda a obra, o verdadeiro horror da história está nas suas personagens. Temos, por exemplo, Big Jim Rennie, que acredita tomar todas as decisões para a melhoria da cidade. Suas preocupações são fúteis, deixando de lado questões importantes como qualidade do ar e quantidade de comida dentro da redoma. E em contrapartida existe Dale Barbara, um ex-militar que será o nosso “mocinho” na história…


O livro não se atem a disputa entre Bem X Mal, no melhor estilo de “A Dança da Morte”. Cada personagem é tão complexa que fica difícil simplificar suas descrições (lembre-se que este livro possui mais de 200 personagens). Existe um assassino que gosta de necrofilia, uma pastora que não acredita em Deus, pessoas simples tomando decisões idiotas e outros tantos que, por menores que sejam, terão alguma relevância na narrativa.


A narração é interessante: temos uma visão geral de Chester Mill, a construção do horror dos habitantes da pequena cidade e o final cataclismático que mostra até que ponto os seres humanos podem chegar num momento de desespero. SK usa, por diversas vezes, um recurso literário já usado em “A Casa Negra”, onde ele sobrevoa a cidade junto do leitor, interrompendo a história e descrevendo o que está acontecendo em cada lugar da cidade.

Curiosidades? Como qualquer livro de SK, referências a seus livros anteriores são fundamentais. Desde pequenas referências à estradas e outras cidades que são cenários de outros livros (Saco de Ossos, A Hora do Lobisomem) até uma referência assustadora a “A Coisa”.

“Por que as pessoas são tão más?” (S.K – Under the Dome)

Em suma, Under the Dome justifica seu tamanho. Embora as origens da redoma e outras questões sejam mais ou menos explicadas, este livro é sobre Chester Mill e seus habitantes. Pode não ter o alcance de um “A Dança da Morte” e o peso de um “A Coisa”, contudo é uma perfeita alegoria de como o ser humano reage quando está com medo.

Resenha por: Morakes


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